Com mais de 75 milhões de discos vendidos em todo o mundo, Robert Nesta Marley nasceu a 6 de Fevereiro de 1945 em St. Ann’s Parish, Jamaica. De origens humildes, viveu uma infância atribulada e passou a adolescência em Trenchtown, um bairro de lata localizado nos subúrbios de Kingston que é hoje considerado o local do nascimento do rocksteady e do reggae (hoje Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO). Em 1962, com apenas 17 anos e já com ambições de singrar como cantor, gravou “Judge not”, o seu primeiro single. Em 1966, já casado com Rita Anderson, mudou-se para Delaware (EUA), onde vivia a sua mãe e onde se cruzou com Mortimer Planno (1929-2006), que lhe deu a conhecer a cultura rastafari. Marley regressa ao seu país na década de 1970 e grava “Catch a Fire” (1973) e “Burnin” (1973) com os míticos Wailers, o trio formado na década anterior com Bunny Wailer e Peter Tosh, transformando o reggae num fenómeno mundial. Em 1974, compõe “Natty Dread”, o seu primeiro álbum a solo, um trabalho de cariz intencionalmente político e social e que contém “No woman, no cry”, uma das suas canções mais conhecidas. Em 1976, o álbum “Rastaman Vibration” entra para o top dos dez mais vendidos nos EUA. Seguem-se “Exodus” (1977) – onde se incluem sucessos como “Jamming”, “Waiting in vain” ou “One love/people get ready” –, Kaya” (1978), “Survival” (1979) e, finalmente, “Uprising” (1980), o último disco lançado em vida. Em Dezembro de 1976, durante uma campanha eleitoral na Jamaica marcada por inúmeros incidentes, Marley, a sua mulher e o seu agente Don Taylor foram atacados em casa do cantor por homens armados com intenção de os assassinar. Apesar dos ferimentos, graves no caso de Taylor, os três sobrevivem. Depois disso, Marley exila-se em Londres, onde se mantém por algum tempo. Símbolo de liberdade, Bob Marley foi também uma das caras mais conhecidas do movimento espiritual rastafari, defendendo a paz e condenando a repressão e as injustiças sociais.